Dr. Diego Rocha - Cirurgião de Cabeça e Pescoço e Cirurgia Buco-Maxilo-Facia

25 de março de 2022

O que é tireoide?

o que é tireoide

O que é tireoide? Ou seria tiroide?

A palavra tem origem grega, uma junção dos termos THYREÓS (que significa escudo) e OIDÉS (forma de), devido ao fato da glândula se assemelhar a um escudo. Então, na língua portuguesa (PT-BR) chamamos TIREOIDE. E de onde vem a palavra TIROIDE? Tem origem na língua inglesa, que se chama THYROID (TÁIRODI).

 

É muito comum as pessoas falarem “eu tenho tireoide” ou mesmo digitar no Google “como saber se eu tenho tireoide” se referindo a algum problema que possa haver na glândula. Mas a tireoide é uma glândula que todos nós nascemos com ela, desta forma, o melhor seria pesquisar “como saber se tenho problemas na tireoide”. Falaremos adiante desses problemas, que chamamos de hipotireoidismo ou hipertireoidismo.

 

A tireoide é uma glândula em forma de escudo, porém atualmente a associamos mais a uma borboleta (com dois lobos ou asas), que fica localizada na parte anterior e inferior pescoço, logo abaixo da região conhecida como “Pomo de Adão” (gogó). É uma das maiores glândulas do corpo humano, sendo a maior glândula endócrina e tem um peso aproximado de 15 a 25 gramas (no adulto).

 

É formada basicamente por duas células:

  • Foliculares: produz tireoglobulina, que é fundamental na síntese dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
  • Parafoliculares (células C): produz calcitonina (tireocalcitonina), que tem muita importância no metabolismo do cálcio, inibindo a retirada de cálcio do osso, reduzindo sua concentração no sangue (plasma).

 

Principais funções do T3 e T4:

  • Regular o gasto energético
  • Regular temperatura corporal
  • Atua no correto funcionamento do cérebro, fígado e rins
  • Atua no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes
  • Fertilidade
  • Peso corporal
  • Qualidade da memória
  • Concentração
  • Estabilidade do humor
  • Controle emocional 

Quando a tireoide não está funcionando adequadamente pode liberar hormônios em excesso (hipertiroidismo) ou em quantidade insuficiente (hipotireoidismo).


Bócio

Bócio é o nome que damos para todo aumento visível da tireoide, seja por um nódulo localizado ou mesmo quando a glândula está toda aumentada difusamente.

Tanto no hipotireoidismo como no hipertireoidismo, pode ocorrer um aumento no volume da tireoide (bócio) e pode ser detectado através do exame físico realizado pelo Cirurgião de Cabeça e Pescoço. Embora seja muito mais comum as alterações da tireoide em mulheres, problemas na tireoide também podem ocorrer em homens e aparecer em qualquer fase da vida, do recém-nascido ao idoso.

Hipotireoidismo

Chamamos de hipotireoidismo, ou popularmente “glândula preguiçosa”, quando a glândula tireoide não produz seus hormônios de forma suficiente, estando hipofuncionante.

Causas

  • Tireoidite de Hashimoto: doença auto-imune que inativam a produção dos hormônios da tireoide
  • Baixa ingesta de iodo: o iodo está presente do sal (sal de mesa) e quando o iodo está em baixa concentração por um período muito longo, a tireoide não tem matéria-prima para produzir os hormônios.

Sintomas

  • Depressão
  • Desaceleração dos batimentos cardíacos
  • Intestino preso
  • Menstruação irregular
  • Diminuição da memória
  • Cansaço excessivo
  • Dores musculares
  • Sonolência excessiva
  • Pele seca
  • Queda de cabelo
  • Prisão de ventre
  • Cansaço excessivo
  • Pele seca
  • Queda de cabelo
  • Aumento do colesterol no sangue
  • Unha quebradiças
  • Ganho de peso
  • Aumento do colesterol no sangue
  • Disfonia: rouquidão
  • Edema de face: inchaço do rosto

Diagnóstico

O diagnóstico do hipertireoidismo é realizado pelo médico, necessitando colher a história do pacientes e suas queixas, bem como realização do exame físico e solicitação de exames complementares.

  • Exame físico: realizado pelo médico em busca de aumento do volume da tireoide ou outros sinais
  • Ultrassonografia (USG): não é solicitada de rotina e sua solicitação deve ser avaliada caso a caso.
  • Exames de sangue: principal método, o T4 livre e o TSH podem diagnosticar o hipertireoidismo. A dosagem do ATPO (anticorpo anti-tireoperoxidade) auxiliar na definição se a causa for tireoidite de Hashimoto.
  • Biópsia/PAAF: não tem indicação na suspeita do hipotireoidismo


Tratamento

O tratamento do hipotireoidismo é simples e evolve o uso diário do hormônio que está em carência, o T4. O remédio, a levotiroxina, deve ser tomado todos os dias em jejum, e após aguardar pelo menos 30 minutos até se alimentar.

Complicações

O hipotireoidismo se não tratado adequadamente pode levar à complicações graves e por vezes irreversíveis, como:

  • Depressão
  • Anemias
  • Coronariopatia
  • Desordem gastrointestinais, neurológicos, endócrinos, metabólicos e renais
  • Disfunções respiratórias
  • Dislipidemia: colesterol alto
  • Glaucoma
  • Hipertensão arterial
  • Insuficiência cardíaca
  • Retardo mental, surdez e deficiência no crescimento em recém-nascidos com hipotireoidismo

Hipertireoidismo

O hipertireoidismo ocorre quando há excesso hormônio tireoidiano (T3 e T4) no sangue e pode ser devido à presença de iodo presente em alguns medicamentos, nódulos funcionantes (produtores de hormônios) na glândula, ao funcionamento mais acelerado da tireoide ou à ingestão dos hormônios da tireoide além do necessário. A causa mais comum de hipertireoidismo é a Doença de Graves, que ocorre quando o sistema imunológico começa a produzir anticorpos que geram automatismo da tireoide que passa a produzir de forma descontrolada seus hormônios.

Então, como se há mais hormônio que o necessário, o corpo passa a funcionar mais rápido e alterar a função de diversos órgãos.


Classificação

  • Doença e Graves: disfunção autoimune da tireoide estimulando a produção de hormônios tireoidianos, associada ao aumento do volume da glândula (bócio). Esta é a principal causa (80%) de hipertireoidismo.
  • Doença de Plummer: um nódulo autônomo hiperfuncionante
  • Tireotoxicose: aumento da função da tireoide por motivos diversos
  • Bócio Multinodular Tóxico: consiste na presença de vários nódulos tireoidianos hiperfuncionantes
  • Outros: tireoidide de Quervain, tireoidite supurativa (bacteriana), tireoidite fibrosa invasiva (Riedel)


Sintomas

  • Taquicardica/palpitação: aceleração dos batimentos cardíacos acima de 100 vezes por minuto
  • Arritmia: irregularidade no ritmo cardíaco
  • Insônia
  • Fala acelerada
  • Agitação e gesticulação
  • Nervosismo, ansiedade e irritabilidade
  • Tremores nas mãos
  • Sudorese: suor excessivo
  • Intolerância ao calor
  • Queda de cabelo
  • Rápido crescimento das unhas
  • Descamação das unhas
  • Fraqueza nos braços e pernas
  • Diarreia e intestino solto
  • Hiporexia: perda do apetite
  • Emagrecimento sem dieta: perda de peso importante
  • Alterações no período menstrual
  • Aumento da probabilidade de aborto
  • Olhar fixo
  • Fotofobia: sensibilidade a luz
  • Protrusão dos olhos: olhos saltados para fora
  • Acelerada perda de cálcio dos ossos com aumento do risco de osteoporose e fraturas.


Diagnóstico

O diagnóstico do hipertireoidismo é realizado por meio da consulta médica, necessitando colher a história do pacientes e suas queixas, bem como realização do exame físico e solicitação de exames complementares.

  • Exame físico: realizado pelo médico em busca de aumento do volume da tireoide ou outros sinais
  • Ultrassonografia (USG): é o exame de imagem principal e o mais sensível para avaliar a tireoide, porém não consegue fechar o diagnóstico do hipertireoidismo
  • Exames de sangue: principal método, o T4 livre e o TSH podem diagnosticar o hipertireoidismo. A dosagem do anti-TRAb (anticorpo anti-receptor de TSH) quando elevado por sugerir Doença de Graves.
  • Cintilografia: consegue mostrar se a hiperfunção da glândula é causada por um nódulo (Doença e Plummer) ou se á uma alteração difusa

Biópsia/PAAF: não está indicada quando não há presença de nódulos, porém, quando os nódulos são diagnosticados no exame físico ou mesmo pela USG, podemos realizar a biópsia para descartar que seja um câncer de tireoide.

Tratamento

Assim que diagnosticado o hipertireoidismo e sua causa o tratamento deve ser iniciado o quanto antes.

  • Supressão da tireoide: é o principal tratamento no hipertireoidismo. Drogas como metimazol e propiltiouracil podem ser utilizadas para este fim nos casos indicados.
  • Beta-bloqueador: o propranolol tem indicação nos quadros agudos principalmente quando há taquicardia, arritmias e tremores.
  • Iodo radioativo (iodoterapia/radioiodoterapia): consiste na tomada de iodo radioativo, que tem a função de inativar células da tireoide diminuindo assim suas hiperfunção. 
  • Cirurgia: não é o tratamento de início, ficando resguardado para casos onde a supressão hormonal e/ou a iodoterapia não tiveram sucesso.

 

Fonte: 

Sociedade Brasileira de Endocrinologia

Ministério da Saúde


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